segunda-feira, setembro 17

A morte não é o fim

Num almoço, que só não digo que foi “um almoço qualquer” porque nenhum almoço com o Fábio é um almoço qualquer, chegamos a conclusão de que a morte não existe. E olha que temos apenas 1:30 de almoço. E o caminho até a conclusão foi bastante simples: tudo, em última instância, é energia. E energia não some simplesmente, ela se transfere. Portanto não morremos, apenas nos transformamos em outras coisas que por sua vez podem se transformar em nós novamente, ao menos no campo das possibilidades, não das probabilidades. Isso até consola um pouco além de dar algum ar de ciência para essa história de reencarnação.

Pensando assim a morte, ao menos como a denominamos, tem lá seu senso utilitário. E é bela sob outro ponto de vista, não o dos poetas, mas da continuidade da vida enfim.

No entanto, contra todos os argumentos, contra toda a lógica, contra toda a racionalização, contra toda teologia cristã, islâmica ou espírita, contra tudo que aprendi no catecismo e contra tudo que está escrito nos livros de auto-ajuda, sim, eu sempre tive medo da morte. Minha ou de qualquer pessoa ou coisa. Ta, mais da minha. Mas finalmente entendi porque: vai que eu me transformo no assento sanitário de um lavabo na mansão Calheiros na véspera da votação?

É possível, é possível...

Um comentário:

Anônimo disse...

Deixando a questão sanitarística de lado, concordo com tudo o que disse sobre a transferência de energia, etc, etc, etc - o que nos levaria à reencarnação como um fato.

Mas acho que o que nos faz realmente ter MEDO de morrer seria a perda da "identidade" como nos conhecemos...