Num orelhão em frente ao hospital Dona Helena:
(sim, pela milionésima vez eu tinha esquecido o celular sabe Deus onde)
— Alô!
— Oi! É o José?
— Não. Um minuto que eu vou transferir.
— Não!...
— Alô!
— Oi! É o José?
— Não. Um minuto que eu vou transferir.
— Não!...
(...)
— Alô! Aqui é José!
— Oi José, é a Lu.
— Oi Lu, tudo bom? Diga.
— Nada não, José. Na verdade eu nem queria falar com você.
— E por que mandou me chamar?
— Eu não mandei. O menino que atendeu é que é apressado.
— Mas claro que tem que ser apressado. A gente ta trabalhando!
— Não, é que ele nem esperou que eu dissesse com quem eu queria falar.
— Mas você não disse? Tanto é que ela transferiu a ligação.
— Eu apenas perguntei se era você. Não disse que queria falar com você.
— E como é que você pergunta se sou eu, se não quer falar comigo? Tá viajando?
— Não. Foi apenas uma questão de educação. Perguntei se era você porque achei a voz parecida, queria cumprimentá-lo, dizer qualquer coisa.
— Você queria me cumprimentar? Então queria falar comigo. Não estou entendendo.
— José, preste atenção: eu pensei em cumprimentar você porque pensei que fosse você. Aliás, eu cumprimentaria até o demônio se ele atendesse ao telefone.
— Olha Lu, não é por nada não, mas eu não posso perder muito tempo. Quer falar comigo ou não?
— Não. Quero falar com o João.
— E por que não disse logo?
— Eu estava tentando. Mas deixa pra lá. Não quero mais falar não. Perdi a vontade. Depois eu ligo.
— Você está bem? Como não quer mais falar?
— Estou, sim. Depois eu ligo. Pode deixar
— Tudo bem. Até mais, então.
Parei a coisa por aí. Desliguei. Desisti definitivamente. Fiquei apavorada com o que poderia acontecer numa segunda ligação. Já pensou se ligo 10 min depois e:
— Alô!
— Alô! Aqui é Lu. Por favor, você pode localizar o João?
— Oi Lu! O João acabou de sair daqui. Foi praí.
— Pracá?!
— É. O José comentou que você não estava nada bem, não estava dizendo coisa com coisa, e ele ficou preocupado.
— Que confusão! Eu não estou na empresa, estou no hospital Dona Helena.
— Meu Deus! Então é pior do que a gente pensava! Espera aí que eu também to indo!
Ah, sim, obviamente os nomes foram trocados para proteger a identidade de todos os envolvidos.
— Oi José, é a Lu.
— Oi Lu, tudo bom? Diga.
— Nada não, José. Na verdade eu nem queria falar com você.
— E por que mandou me chamar?
— Eu não mandei. O menino que atendeu é que é apressado.
— Mas claro que tem que ser apressado. A gente ta trabalhando!
— Não, é que ele nem esperou que eu dissesse com quem eu queria falar.
— Mas você não disse? Tanto é que ela transferiu a ligação.
— Eu apenas perguntei se era você. Não disse que queria falar com você.
— E como é que você pergunta se sou eu, se não quer falar comigo? Tá viajando?
— Não. Foi apenas uma questão de educação. Perguntei se era você porque achei a voz parecida, queria cumprimentá-lo, dizer qualquer coisa.
— Você queria me cumprimentar? Então queria falar comigo. Não estou entendendo.
— José, preste atenção: eu pensei em cumprimentar você porque pensei que fosse você. Aliás, eu cumprimentaria até o demônio se ele atendesse ao telefone.
— Olha Lu, não é por nada não, mas eu não posso perder muito tempo. Quer falar comigo ou não?
— Não. Quero falar com o João.
— E por que não disse logo?
— Eu estava tentando. Mas deixa pra lá. Não quero mais falar não. Perdi a vontade. Depois eu ligo.
— Você está bem? Como não quer mais falar?
— Estou, sim. Depois eu ligo. Pode deixar
— Tudo bem. Até mais, então.
Parei a coisa por aí. Desliguei. Desisti definitivamente. Fiquei apavorada com o que poderia acontecer numa segunda ligação. Já pensou se ligo 10 min depois e:
— Alô!
— Alô! Aqui é Lu. Por favor, você pode localizar o João?
— Oi Lu! O João acabou de sair daqui. Foi praí.
— Pracá?!
— É. O José comentou que você não estava nada bem, não estava dizendo coisa com coisa, e ele ficou preocupado.
— Que confusão! Eu não estou na empresa, estou no hospital Dona Helena.
— Meu Deus! Então é pior do que a gente pensava! Espera aí que eu também to indo!
Ah, sim, obviamente os nomes foram trocados para proteger a identidade de todos os envolvidos.
Um comentário:
"eu cumprimentaria até o demônio se ele atendesse ao telefone"
(gargalhadas espásmicas)
(tá, o 'espásmicas' ficou altamente 'fouton', mas foi o que me ocorreu de dizer, rs...)
Bjo!!
Elton Jones
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